8.7.08

cabeça de tinhoso

Passou ao lado da cabeça de qualquer pessoa normal que se preze de pagar as suas contas, a moer a cabeça no actual contexto de vida facílima criada pelo sr. Primeiro Ministro e as suas iniciativas de emprego para os 200 mil jovens portugueses a fazer fila nos centros de desemprego, quando o flash relampejou na cabeça de um qualquer tinhoso, ao qual a autoridade reguladora deu crédito.

Pasme-se que hoje em dia já não é o normal cumprimento das obrigações que cada um de nós tem de satisfazer em relação aos seus compromissos, é sobre as obrigações de caloteiros endinheirados com lista de calotes na mercearia que também temos de nos preocupar.

O que mais nos espanta é o factoi de que tal possibilidade tenha reunido o consenso para ir a uma consulta, ou até hipótese disso, de colocar à consulta do cidadão comum a possibilidade de pagar o justo pelo pecador; o pagador dos excessos da EDP, da sua incapacidade de cobrança, da sua conta calada de ineficácia agora cair sobre a cabeça do utilizador.

O país está a saque com a comandita partidária engalanada a oiro, a abotoar-se em tudo o que pode deitar a fateixa para sanguessugar avidamente o povo até ao tutano como aprendeu a fazer enquanto esteve lá longe em Macau, a fazer pagar as fardas aos polícias, a fazer pagar as contas dos caloteiros aos pagadores, a sustentar compadrios e caciquismos dos seus lacaios autárquicos, a esmifrar a população até do pão, a demerecer quem faz algo mais pela nação.

Vamos a ver a curto espaço de tempo ainda na actual legislatura e o tinhoso da EDP que teve esta feliz, quiçá iluminadíssima ideia, ainda receberá uma condecoração do Presidente da República por serviços prestados à nação, bem assim o presidente da autoridade reguladora alcançará jubilosa comenda com reforma antecipada por completo, acrescendo humilde prémio da caixa de pensões no valor de catorze ou quinze mil euros pela ejaculação precoce de gozo e satisfação deixada na arraia miúda com tamanha idiotice original.

Como dizia o nosso avô, o que não passa pela cabeça de um idiota, passa pela cabeça de um tinhoso; a cinematografia portuguesa clamava no tempo do estado novo, chapéus há muitos, seus palermas!

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