29.12.06

Personalidade 2006 António Reis

Personalidade 2006 - António Reis

A personalidade portuguesa do ano 2006 eleita neste blog é uma equipa de trabalho no campo da medicina, cuja coragem, vontade e determinação tem um rosto e um nome à sua cabeça: o Doutor António Reis.
Ele é expressão de um querer ir mais além na investigação médica, a fim de dar mais dignidade humana aos doentes e é o rosto de um trabalho científico de toda uma equipa médica, alargada e multidisciplinar, entre as quais também se destaca a área da fisioterapia nos períodos pré e pós operatórios, sob a responsabilidade de Graça Mendes.
O tributo do Doutor António Reis e da sua equipa de trabalho é um passo de gigante, relevante para a humanidade, se pensarmos nas pessoas que perdem a sua dignidade ao ficarem dependentes de outras para fazerem o mais simples gesto de locomoção ou darem satisfação às suas necessidades básicas ou ainda naquelas que usam significativos recursos por esse mundo fora para recorrerem aos centros de recuperação de fisioterapia.
O neurocirurgião português Doutor António Reis, natural da Madeira, tornou evidente uma outra realidade no ano de 2006 pela publicação do seu trabalho em neurocirurgia, publicado na BMC Surgery e com visibilidade na National Library of Medicine and the National Institutes of Health (NCBI), dando a conhecer 6 anos de investigação e resultados através de uma nova técnica cirúrgica em doentes afectados por complicações ao nível da espinal medula, resultante do arachnoiditis e das alterações conseqüentes na dinâmica do fluxo fluido cerebrospinal, uma vez que foram vítimas de acidentes que provocaram graves lesões e que ficaram paraplégicos ou tetraplégicos.
A realidade de um país pequeno com 10 milhões de habitantes, que vive uma "guerra civil" nas estradas em consequência da deficientes condições de piso ou metereologia, da falta de civismo das pessoas, falhas graves de formação na condução, o excesso de bebidas alcoólicas, os excessos de velocidade ou a falta de cuidado preventivo dos condutores, evidencia dramas pessoais e familiares em números assustadores cada ano que passa, a avaliar o resultado das estatísticas parciais apresentadas pela Direcção Geral de Viação. A título de exemplo, ainda a decorrer a operação Natal-Ano Novo 2006-2007 nas estradas portuguesas e os resultados negros não se fizeram esperar: no total, nas primeiras 48 horas da operação, registaram-se 12 mortos, 26 feridos graves e 279 feridos ligeiros resultantes de 951 acidentes.
Esta triste realidade duma ensurdecedora corrida vertiginosa para o abismo faz sobressair o trabalho apresentado pelo Doutor António Reis como réstea de esperança na passagem da linha do limite humano depois de um acidente e pode ajudar a reduzir os custos consequentes. Para além dos evidentes custos globais para o país, divididos entre custos emocionais e custos económicos para as familias, não escamotearão os enormes custos hospitalares, os custos suportados das seguradoras e em última análise, os custos derivados do sentimento de insegurança que perpassa na mente da generalidade dos condutores, até os mais previdentes e cumpridores, quando é potenciadora do nervosismo e da precipitação ao andar na estrada.
Porém, esta realidade é o corpo do iceberg, um gigante que desponta noutras situações menos expressivas em números, que de si também contribuem para aumentar os potenciais pacientes desta nova técnica cirúrgica e da fisioterapia pré e pós operatória sob as mãos de Graça Mendes: falamos dos outros acidentes, os resultantes do trabalho (embora no site oficial da Inspecção do trabalho sejam apresentadas as estatísticas dos acidentes mortais, são uma amostra dos que ficaram com sequelas para o resto da vida) ou os acidentes resultantes de imprevidência em tempos de lazer, como saltos para piscinas ou no mar.
Esta centelha de esperança lançada pelo Doutor António Reis deixa no ar a antevisão do muito que ainda há por descobrir, caso a cooperação dos diferentes ramos da ciência médica abram horizontes para uma maior interacção com o seu contributo para uma visão multidisciplinar, quiçá se estenda ao nível da aldeia global, nomeadamente nos diversos estudos resultantes da aplicação desta técnica cirúrgica e no acompanhamento dos resultados após a intervenção, entre as quais se destaca seguramente a fisioterapia, com novos desafios nas abordagens terapêuticas adequadas a uma nova realidade libertada dos anteriores padrões, desactualizados e ultrapassados.
Uma réstea de esperança e um desafio, em simultâneo, para que sejam dados passos no sentido de criar em Portugal um centro de competências nesta área clínica, juntando as diversas iniciativas fragmentadas de saber médico, de investigação, de aplicação de metodologias e de técnicas cirúrgicas, localizando um pólo de conhecimento irradiador de saber e conhecimento.
Nem todos os casos clínicos são iguais, escusando a generalização das situações clínicas, alguns são peculiarmente singulares, são até únicos no seu género, provocados por complicações traumáticas ou por razões de saúde dos pacientes, pelo que só a análise cuidada, os diagnósticos apropriados e decorrendo a avaliação clínica por parte desta equipa de médicos e fisioterapeutas especialistas, será possível concorrer para que os doentes queiram e se entreguem a uma intervenção cirúrgica desta natureza e se iniciem no longo e persistente caminho da sua recuperação.
Um agradecimento muito especial Doutor António Reis pela sua persistência no trabalho apresentado e pela solidão do seu percurso. Um agradecimento também muito especial à Graça Mendes pela sua experiência e conhecimento aplicado diariamente na recuperação dos doentes. Um agradecimento muito especial aos médicos que participam nesta aventura de melhorar o conhecimento do sistema nervoso e de ajudarem na melhoria da dignidade humana dos pacientes. Um agradecimento especial a todos os doentes que peristiram na sua luta pela sua dignidade e acreditaram que algo iria mudar, permitindo apresentar este trabalho e os resultados de base.
A sabedoria popular portuguesa diz que crescer, custa e é preciso sofrer para alcançar a maturidade. Em tempo de revisão sobre o ano 2006, fica aqui também uma palavra de esperança e de incentivo a todos os que "fazem acontecer" algo relevante para a humanidade, que dão um pontapé no (im)possível e não desistem, com os votos para 2007 de mais e melhor conhecimento médico pluridisciplinar, com especial enfoque nas áreas da neurocirurgia e fisioterapia.
Veja mais sobre o trabalho do Doutor António Reis e a metodologia cirúrgica aplicada sobre a espinal medula, sobre o arachnoiditis e a dinâmica do fluxo fluido cerebrospinal.

4 comentários:

Anónimo disse...

Maravilhoso!Que se continue a trabalhar nesse campo e dar todos os meios necessários a estes cientistas!

Ana G disse...

Bem haja!

Anónimo disse...

porqe é que não tem obtido resultados...quem é que já anda com esta cirurgia?...

Anónimo disse...

Também tenho um comentário! o meu filho foi operado há pouco mais de 15 dias e as melhoras já são significativas BEM HAJA DR.ANTÒNIO REIS PELA PESSOA QUE É E PELO MÉDICO QUE É. UM AGRADCIMENTO TAMBÉM ESPECIAL A TODA A SUA EQUIPA! BEM HAJAM

Social BookmarkAdd to Google Reader or Homepage

citywatchers